João Pestana – Banquete

João Pestana – Banquete Lyrics

Artist: João Pestana
Song: Banquete

Todos os dias me sujo, como um portão arrombado
Também eu desconjunturo
Em memórias inflamadas e nem água da mais pura
Me devolve o cheiro a terra, quem sou eu

Se não engenho e tenho no peito uma cratera, submersa
Neste lugar onde a fome não se mata
O jantar não sabe a nada
E eu já vi isto em algum lado

Virado do avesso fuma um cigarro
O pendurado, nos seus olhos uma frecha
Onde a loucura sempre escoa
Punhados de jóias sem valor fazem festim pela noite dentro

Ganham ritmo andamento
Olha-me aquele desgraçado rasga a capa pela metade
E se é que morro peço apenas que me vistam com vontade
Sem remendos sem reparos, só restante da mortalha

E eu tocada pelo gesto de entrar e vê-lo repartir a última migalha
Sou vestida de oferenda seda escura cor de breu
Enquanto o rito flui malvado
Se o jantar não sabe a nada é que o jantar sou mesmo eu

Sou vestida de oferenda seda escura cor de breu
Enquanto o rito flui malvado
Se o jantar não sabe a nada é que o jantar sou mesmo eu
Que poesias sedutores ouves tu desse lado

Oh cama feita entre escombros
Crimes por pagar, o mal e os outros semelhantes
Caem e esfolam os joelhos, escavam marcas no asfalto
Há iluminação tão bela quanto a luz do próprio quarto

Tão singela que não cega nem desdenha a mão do próprio criador
Chora assim que se apresenta como é bela a própria dor
Espreme e deixa assim de lado
Um suspiro entalado entre o punho e a parede

Entre o cunho e toda a gente, trás semblantes a seu gosto
E seu carecer sem paz no rosto, já vai cansado
Sou vestida de oferenda seda escura cor de breu
Enquanto o rito flui malvado

Se o jantar não sabe a nada é que o jantar sou mesmo eu
Sou vestida de oferenda seda escura cor de breu
Enquanto o rito flui malvado
Se o jantar não sabe a nada é que o jantar sou mesmo eu

E eu sentado aqui, mas vou sem fome nenhuma
Mesa de mogno que é tão grande para esta sala
Quem são as pessoas que se vestiram de gala
E partilharam pão e sal, mesmo que não saiba a nada

Tapados pela sombra que nem eu próprio conheço
Rosto enfaixado, agrafado ao desapego, longe da visão
Apenas vejo estender a mão calejada
Que afasta a minha cara da travessa, até parecia ir satisfeito

É sempre fácil quando repousas na colher
És comido e não lutas para comer
Servido para ser sorvido num ápice
E as conversas pouco claras de análise, de onde vem a luz?

Será que vem de ti cometa e tu satélite que refracte a cor cinzenta
Há de ser prisma avariado ou bom produto extraviado
Prova-te a ti próprio e logo diz-me a que é que sabe
Sou vestida de oferenda seda escura cor de breu

Enquanto o rito flui malvado
Se o jantar não sabe a nada é que o jantar sou mesmo eu
Sou vestida de oferenda seda escura cor de breu
Enquanto o rito flui malvado

Se o jantar não sabe a nada é que o jantar sou mesmo eu
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Banquete Lyrics – English Translation

All days dirty, like a broken-in gate
I also disjoinent
In inflamed memories and no purest water
Give me the smell the earth, who am I

If I do not ingenuate and I have a crater, submerged
In this place where hunger does not kill
Dinner does not know anything
And I’ve seen this somewhere

Fumes a cigarette
The hanging, in your eyes a
Where the madness always leaves
Speaking of worthless jewelry make festim at night inside

Gain pace tempo
Look at me that b#stard rips the cover by half
And if I die I ask only that they look at me
No patches without repairs, only remaining of the shroud

And I played by the gesture to enter and see him share the last crumb
I’m dressed in offering dark silk pitch
While the rite flows evil
If dinner does not know anything is that dinner I’m really I

I’m dressed in offering dark silk pitch
While the rite flows evil
If dinner does not know anything is that dinner I’m really I
That seductive poetry hears you on this side

Oh bed made between debris
Crimes for paying, evil and the other
Fall and skin knees, scall marks on asphalt
There is lighting as beautiful as the light of the room

So simple that it does not blind nor disdain the hand of the creator himself
Cries as soon as it presents how beautiful the pain itself is
Squeezes and leaves aside
A sigh between the fist and the wall

Between the figure and everyone, behind counters to your liking
And his lack without peace on his face, he’s tired
I’m dressed in offering dark silk pitch
While the rite flows evil

If dinner does not know anything is that dinner I’m really I
I’m dressed in offering dark silk pitch
While the rite flows evil
If dinner does not know anything is that dinner I’m really I

And I sat here, but I’m going without hungry
Mahogany table that is so great for this room
Who are the people who dressed in gala
And shared bread and salt, even if you do not know anything

Shaded by the shadow that I do not even know myself
Bandaged face, stapled to detachment, away from vision
I just see extend your hand
Who pulls my face from the platter, even seemed to be satisfied

It’s always easy when resting on the spoon
You’re eaten and do not fights to eat
Served to be sipped in a pint
And the unclear conversations of analysis, where does the light come from?

Will it come from you comet and your satellite refracting the gray color
Is to be a faulty prism or good lossive product
Proof to yourself and soon tell me what you know
I’m dressed in offering dark silk pitch

While the rite flows evil
If dinner does not know anything is that dinner I’m really I
I’m dressed in offering dark silk pitch
While the rite flows evil

If dinner does not know anything is that dinner I’m really I
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João Pestana Lyrics – Banquete

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Release Year: 2021